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domingo, 11 de abril de 2010

SANTA CRUZ BLUR LT 2
Texto: Eduardo Marques
Fotos: Valentin , Jorge Santos, Eduardo Marques, Santa Cruz Bicycles



No enorme mundo do BTT e da maquinaria usada para o praticar, existem nomes incontornáveis que transmitem imediatamente uma imagem de qualidade. O nome Santa Cruz Blur LT pertence a essa classe, uma das referências de vanguarda nas bicicletas versáteis e que não se negam a nada. Com as suas Blur LT, a Santa Cruz opta por se posicionar num segmento relativamente alto do mercado, fornecendo quadros que se procuram diferenciar recorrendo a uma elevada qualidade geral, um processo de desenvolvimento mais detalhado e no seu sistema de amortecimento VPP. A Blur LT2 é uma bicicleta que faz a fronteira entre o XC e o All-Mountain e que portanto apela especialmente a aqueles que pretendem polivalência nas suas montadas. Com 140 mm de curso traseiro e capaz de suportar suspensões até 160 mm na frente (muito embora optimizada para as de 140mm), a Blur LT encontra-se numa encruzilhada complexa de dois mundos distintos. Será possível combinar estas facetas numa só máquina? Foi esta a questão central deste ensaio e que tentaremos aqui responder.




Índice



Sistema VPP

Conta-se que Arquimedes uma vez disse: "Dêem-me um fulcro e uma alavanca suficientemente grande e eu moverei o mundo". Terá sido o primeiro a divulgar e perceber de forma ciêntifica o poder do alavancamento e também o primeiro a compreender como as forças podem ser efectivamente manipuladas graças a diferentes comprimentos dos seus braços de aplicação; forças pequenas podem resistir contra forças consideravelmente superiores, se devidamente alavancadas. O sistema VPP (Virtual Pivot Point) instalado nas nas Santa Cruz faz uso deste conceito físico básico para controlar a resposta dinâmica da roda traseira, usando alavancas e fulcros "virtuais" que vão alterando a sua posição à medida que a roda de trás percorre o seu curso. A razão por detrás da introdução deste mecanismo variável prende-se com a necessidade de anular o bombeio da suspensão traseira, simultaneamente mantendo uma resposta controlada e eficaz aos impactos.


Pormenor do link superior compósito e da rota de passagem de cabos.

No meio da confusão que é o mundo dos sistemas de suspensão surgiram explicações variadas para o funcionamento do VPP. Uma dessas explicações, que por vezes se vê ainda muito espalhada pela literatura e imprensa da especialidade, é de que o VPP faz a roda traseira descrever um movimento em forma de "S", primeiro com uma ligeira oscilação para trás e depois trazendo a roda para a frente. A teoria postulava que numa primeira fase (no início do curso, perto do sag), a tensão de corrente seria aumentada porque a roda está-se a afastar do eixo pedaleiro e essa mesma tensão de corrente obrigava o amortecedor a alongar-se, anulando o bombear. Numa segunda fase, a roda aproximar-se-ia do eixo pedaleiro e a tensão de corrente ia diminuir drásticamente e como tal a suspensão ficava activa. Esta explicação, embora simples não corresponde à realidade pois o sistema VPP, dentro dos limites de curso actual, não consegue descrever o "S" completo. Na realidade, o percurso que a roda descreve ao longo do curso é bastante próximo do percurso obtido com uma suspensão single-pivot. A própria marca chegou a usar esta explicação nalguma da sua literatura mas recentemente admitiu que não é uma explicação correcta do funcionamento do sistema VPP. De qualquer forma, o mito acabou por perdurar nalguns meios de comunicação da especialidade e é comum vê-lo repetido em várias fontes.


Na realidade, o sistema VPP não se destaca pelo percurso descrito pela roda traseira (propriedade que é hoje entendida pelo especialistas como sendo de menor importância) mas sim pelos seus rácios de actuação da suspensão. Estes rácios descrevem a maneira como a bicicleta consome o seu curso, a relação entre o movimento da roda e o movimento do amortecedor. Num sistema de suspensão simples, estes rácios podem ser constantes. Por exemplo, imaginemos um sistema onde por cada 10 mm de curso, o amortecedor comprime 2 mm. Seria então um sistema com um rácio de 5:1 constante ao longo do curso. Neste caso, independentemente da posição da roda ao longo do curso, por cada vez que a roda se movesse 10 mm o amortecedor ia invariavelmente comprimir 2 mm, um comportamento previsível da suspensão.

No entanto, a linearidade nem sempre é benéfica. Se conseguirmos um sistema que altere continuamente o alavancamento entre a roda e o amortecedor, podemos conseguir uma suspensão que ofereça alguma resistência à oscilação no início do curso (efeito anti-bombeio), transite gradualmente para um zona muito sensível a meio do curso e finalmente, chegado o fim do curso, exiba um aumento progressivo da resistência para evitar impactos violentos. Graças ao movimento relativo das articulações da suspensão, o VPP consegue produzir uma variação gradual dos rácios da suspensão. Devido à natureza puramente mecânica do sistema, controlada apenas pela posição geométrica dos pivots e comprimento das articulações, o comportamento da suspensão pode ser modificado e afinado com alteração destes parâmetro básicos. Com a afinação correcta, pode ser até possível dispensar amortecedores com tecnologia de plataforma e outros sistemas anti-bombeio. Claro que tal afinação requer bastantes cálculos e testes reais, pelo que o processo de desenvolvimento de um quadro com VPP é compreensivelmente complexo e dispendioso quando comparado com sistemas mono-pivot mais simples.


Aspectos Práticos e de Construção

Em termos de materiais e técnicas de construção, o quadro Blur LT é bastante convencional. Recorre a tubos de alumínio de perfil arredondado e sem manipulações excessivas, unidos com soldaduras bastante uniformes e agradáveis à vista. A liga utilizada, AL6069 apresenta algumas vantagens interessantes quando comparada com a clássica AL6060, presente em muitos outros quadros de alumínio. A literatura mostra que é 40% mais forte que a 6060 e também ligeiramente mais resistente à fadiga, pontos bastante positivos para a durabilidade do quadro. Voltando ás características de design do quadro, encontramos um substancial reforço a ligar o tubo superior ao tubo de direcção, pormenor que imprime um visual robusto ao quadro. A larga e característica curva do tubo superior é extremamente eficaz para reduzir o standover (distância do tubo superior do quadro ao solo) num quadro que pode ser montado com uma frente relativamente elevada. Olhando para o sistema de suspensão, destacam-se os links do VPP. O superior em carbono e o inferior em alumínio. Estes permitem poupar peso e parecem ter sido dimensionados com ênfase na durabilidade.


O aspecto robusto link inferior traduz solidez no sistema VPP

O triângulo traseiro assimétrico, uma peça só em virtude da natureza compacta sistema VPP, é bastante reforçado em todos os pontos críticos. No entanto existe uma secção do triângulo traseiro que se encontra sujeita a danos por desgaste. Devido ao posicionamento do link inferior do VPP, a parte do triângulo traseiro que fica imediatamente por detrás do cranque é bastante exposta e caso se circule com as mudanças cruzadas vai haver contacto entre a corrente e essa peça. Isto pode levar a um desgaste rápido da tinta e o metal base nesse sítio. É certo que um utilizador experiente deve ser capaz de evitar o cruzamento excessivo de corrente mas no decorrer do uso de uma bicicleta é natural que por vezes tal situação ocorra.

No outro extremo do triângulo traseiro encontra-se também um dropout substituível, peça de aspecto robusto e com um recorte que funciona como um eficaz abre-caricas. Útil para resolver eventuais problemas de hidratação. Ainda no tema da bebida, este quadro não dispõe de nenhum ponto de montagem para grade de bidão. Esta opção é um pouco discutível, porque embora uma mochila de hidratação seja uma alternativa válida ao bidão, as grades de bidão são também muito usadas como ponto de fixação de outros equipamentos. Várias são as lanternas que montam as suas baterias dessa forma. A passagem dos cabos é bastante limpa, circulando por debaixo do tubo superior e em cima do tubo diagonal, em parte protegida pelo apoio do amortecedor. Curiosa e acertada é a decisão de providenciar pontos de passagem para cabos extra destinados ao controlo remoto de um espigão de selim regulável em altura, um item que certamente encaixa no espírito desta bicicleta.

Um problema comum que confronta os possuidores de quadros de suspensão total é a fiabilidade do complicado sistema de pivots, chumaceiras e rolamentos dos mesmos. O desgaste dos rolamentos, sujeitos a água, lama e outros contaminantes, converte rapidamente uma suspensão suave e sensível num mecanismo impreciso e com folgas. Por questões de simplicidade, é usual que os fabricantes confiem apenas nos vedantes originais dos rolamentos, barreiras de borracha ou plástico imediatamente à frente das esferas e pistas. Infelizmente, estas vedações não estão à medida do desafio. Os rolamentos comerciais são normalmente destinados a aplicações dentro de compartimentos fechados e/ou activamente lubrificados. Nas zonas inferiores de um quadro de BTT as condições são muito piores, com agressões constantes de agua e lama. Basta que alguma água entre na pista das esferas para começar a expulsar e deteriorar a massa colocada na fábrica. Sem lubrificante o atrito entre as esferas e a pista aumenta exponencialmente e o desgaste rápido é inevitável.


Na parte inferior do triângulo traseiro são visíveis as marcas deixadas pela corrente quando são usadas combinações de mudanças que forçam cruzamento excessivo.

A Santa Cruz Blur LT tem um sistema de vedação duplo que usa um vedante de labirinto polimérico e um vedante metálico montados imediatamente antes do próprio rolamento. Os rolamentos inferiores, por norma aqueles mais sujeitos à contaminação, têm também a vantagem de poder ser lubrificados por meio das duas portas de injecção de massa que estão embutidas no link inferior. A natureza relativamente compacta do mecanismo VPP faz com que os rolamentos estejam todos embutidos no corpo compósito dos links, o que de certo modo também facilita a manutenção. Enquanto os rolamentos não podem ser extraídos facilmente sem recurso a uma ferramenta adequada, os largos eixo que prendem os links compósitos são fáceis de retirar com ferramentas convencionais. Podem-se então rapidamente remover os dois compactos links do quadro contendo todos os rolamentos e fazer a manutenção num local apropriado sem dificuldades.


Recorrendo às portas de injecção de massa e uma pistola apropriada, o processo de lubrificação dos pivots inferiores é simples e rápido.


Montagem de Teste

A bicicleta de testes cedida pela loja Pernalonga trazia um montagem luxuosa, com inúmeros componentes leves e sem detrimento da resistência. Transmissão XTR com cranques XT, rodas Mavic Crossmax ST montadas com pneus Schwalbe Nobby Nic 2.25 à frente e Continental Mountain King 2.2 atrás, ambos tubeless. Nos controlos encontrava-se um avanço Thomson X4 agarrando um guiador Easton Monkey Light XC sobre-elevado. O conjunto de periféricos ficava completo com um espigão Thomson Masterpiece ao qual estava acoplado um selim WTB. As tarefas de suspensão frontal ficaram entregues a uma Fox 36 Float RC2. Atrás, um Fox RP23 fornecia a sua conhecida qualidade de amortecimento ao VPP. Uma montagem perfeitamente ajustada à natureza do quadro e que dele permite extrair as melhores qualidades. Uma lista completa dos componentes da bicicleta de teste encontra-se no fim deste artigo.


A robustas pernas de 36 mm da Fox Float demarcam instantaneamente esta bicicleta de uma clássica bicicleta de XC


Nos Trilhos

Os testes desta bicicleta foram realizados numa série de trilhos com características diferentes, de modo a explorar o comportamento da máquina em todos os seus aspectos e facetas. O primeiro contacto foi feito num circuito com características XC. Trilhos com subidas relativamente curtas mas fortemente inclinadas, vários singletracks e algumas zonas tecnicamente mais exigentes. Feitos os primeiros metros em plano, a sensação inicial é que se está a andar numa bicicleta com tendências muito agressivas. A frente alta, o curso amplo, dão a clara ideia que esta é uma bicicleta optimizada para descer e quase que sugerem performance lenta em todos os os restantes terrenos. Mas basta chegar a primeira subida para tal opinião desaparecer pois a Blur LT surpreende pela sua excelente capacidade de tracção, equilíbrio dinâmico e facilidade com que se conseguem impor ritmos rápidos. É também extremamente ágil e deixa-se convencer muito facilmente a mudar de direcção. O bombeio em subida (com o Pro-Pedal desactivado), embora existente, é bastante pequeno e não entra de forma alguma no subconsciente como uma possível fonte de perda de performance. Mais notória foi a ausência de lockout na suspensão frontal, questão que será aprofundada um pouco mais à frente. A performance da bicicleta neste circuito foi de facto muito satisfatória, a permitir médias bem acima de 20 km/h muito equiparáveis ás conseguidas por mim em bicicletas muito mais apropriadas a esses andamentos exigentes. De forma resumida, se lhe pedirmos para andar depressa esta bicicleta não se nega.


"A suspensão traseira apresenta uma capacidade elevada de extrair tracção dos piores terrenos e aproveita extremamente bem a pedalada..."

O segundo grande teste foi feito numa volta de 40 km com fortes tendências endureiras, à volta do alto da Nª Srª da Assunção e Monte Pilar, na zona entre Santo Tirso e Paços de Ferreira. Grandes subidas no início, pontuadas por secções trialeiras com pendentes elevadas e a terminar com uma longa sequência de descidas muito exigentes do ponto de vista técnico. Nas zonas iniciais de subida, reforcei as conclusões encontradas nos ensaios que realizei na pista de XC. A suspensão traseira apresenta uma capacidade elevada de extrair tracção dos piores terrenos e aproveita extremamente bem a pedalada, mesmo com o Pro-Pedal do RP23 desactivado. Novamente, a altura elevada da frente apresenta-se como o único obstáculo, pois nestas subidas acima dos 10% de inclinação obriga a uma posição de condução muito fixa e rígida para evitar que a roda da frente perca a tracção e levante. É pena ser difícil pedalar em pé nesta bicicleta pois a tracção elevada da traseira, aliada a um peso contido, certamente permitiria andamentos bastante rápidos nestas zonas íngremes. Além disso, o bombear de uma suspensão telescópica de 140 mm de curso sem qualquer sistema de plataforma é suficiente para ser incómodo quando se tenta aplicar força de braços para ajudar em subida. Embora a Blur normal seja mais adaptada para estas aventuras de subida complexa, penso que a Blur LT também se pode apresentar como uma solução adequada para estas manobras se equipada com uma forqueta de suspensão com controlo de curso em andamento. Ao invés de uma simples Fox Float RC2 , uma Fox TALAS de 140 mm parece-me ser solução indispensável para quem quiser aproveitar ao máximo o potencial deste quadro. Para alguns, o uso de suspensões com regulação de curso é uma solução indesejável, pois quando recolhidas colocam a bicicleta numa geometria pouco natural e com alterações significativas do comportamento da bicicleta. Uma suspensão com baínhas de 32 mm, 140 mm de curso e bloqueio é uma possível solução para estes casos. Permite poupar bastante peso mas claro, com algum sacrifício de rigidez.


"Guia-se com precisão quase milimétrica e a máquina corresponde a cada pedido eficazmente e sem manhas..."

Chegadas as descidas, a bicicleta ganha vida, brilhando com o seu impressionante equilíbrio em todos os tipos de piso. O curso das suspensões é mais que suficiente para lidar suavemente com todo o tipo de obstruções que aparecem nos trilhos e a rigidez do conjunto é extremamente elevada se tivermos em conta o peso total da bicicleta. Nas descidas rápidas e agressivas sobre terreno rochoso é notória a colaboração da suspensão frontal com eixo de 20 mm e as fortes rodas Mavic ST, um conjunto que dá um controlo direccional excepcional. Guia-se com precisão quase milimétrica e a máquina corresponde a cada pedido eficazmente e sem manhas, sem aqueles indícios de oscilação descontrolada que por vezes forçam a soluções de trajectória menos adequadas. A suspensão traseira acompanha a frente com um funcionamento muito previsível e eficaz e ao contrário do que sucede em outras bicicletas, têm-se a noção que a suspensão conseguiu efectivamente lidar com o impacto sem transmitir forças excessivas que prejudiquem o equilíbrio da máquina. É um comportamento que estamos habituados a ver em bicicletas muito mais agressivas mas disponível numa bicicleta muito mais polivalente. A ideia de que se está a descer a aquelas velocidades e com tal controlo numa bicicleta capaz de subir eficazmente é inquietadora mas deixa-nos com um sorriso nos lábios enquanto despreocupadamente galgamos tudo trilho abaixo.


"A sensação de entrada no abismo que nos inunda à boca de cada drop transforma-se gradualmente numa sensação de controlo total e em diversão pura..."

Nas zonas técnicas mais lentas, com degraus verticais e drops para ultrapassar, esta bicicleta é uma dose XL de confiança extra. Novamente vêm ao de cima o comportamento equilibrado do conjunto que permite manter a bicicleta sempre sob controlo nas zonas mais assustadoras. Transições verticais que numa bicicleta de XC são feitas de forma um pouco descontrolada e requerem um pouco de fé, são nesta bicicleta abordadas com facilidade e uma simplicidade natural. A sensação de entrada no abismo que nos inunda à boca de cada drop transforma-se gradualmente numa sensação de controlo total e em diversão pura. O curso é consumido de forma muito previsível e sem indícios de esgotamento. Mas claro, a sua performance descendente tem limites. A raiz crossista do quadro está patente no seu ângulo de direcção e revela-se nas zonas mais exigentes em termos de inclinação. Quando abordamos descidas com pendentes absurdas e com mau piso, a pose vertical da frente acaba por criar um certo nervosismo e desequilíbrio na direcção que nem o amplo curso consegue corrigir. Mas não é um defeito da bicicleta. Para estas aventuras a Santa Cruz oferece modelos muito mais adequados, como a Nomad, que com geometrias mais relaxadas lidam melhor com a redistribuição de peso e equilíbrio dinâmico características de percursos muito agressivos. Claro, não chegam lá acima tão depressa...


Em Suma...

Ao longo dos mais de 250 km de teste, pudemos constatar que a Santa Cruz Blur LT cumpre a sua função anunciada com bastante sucesso. Faz a ponte entre o XC e o All-Mountain de forma elegante. É uma bicicleta ágil, capaz de enfrentar qualquer terreno sem grandes dificuldades e oferece uma capacidade descendente muito apurada. A natureza discreta da sua tecnologia leva a uma interacção homem-máquina muito agradável, sem surpresas e sem necessidade de ajustes constantes. A complexa teoria do sistema de suspensão VPP projecta-se verdadeiramente na realidade, com um aproveitamento do curso muito bem conseguido e uma capacidade de tracção do melhor que existe no mundo do BTT. Este quadro é uma opção muito válida para quem pretende uma máquina capaz de se comportar excepcionalmente em quase todos os tipos de trilhos, sacrificando as respostas ultra-rápidas e o sangue na guelra de opções mais XC e simultâneamente evitando incorrer nos pesos elevados e na dinâmica mais preguiçosa de outras bicicletas com tendências mais brutas e agressivas. A Santa Cruz fez o trabalho de casa neste modelo, o esforço de desenvolvimento foi grande e isso reflecte-se num preço final elevado. É certo que no mesmo segmento existem alternativas mais baratas que certamente podem satisfazer aqueles com o orçamento mais apertado, mas acreditamos que esta Blur LT oferece valor acrescentado que não deixará defraudados aqueles que puderem abrir os cordões à bolsa para ela. Com uma montagem cuidadosa, sem descurar a rigidez geral do conjunto, este é um quadro que acerta em cheio nas necessidades de muitos guerreiros da montanha.


Uma vista do sólido cockpit, contribuinte para a rigidez do conjunto direccional da bicicleta



Ficha Técnica do Quadro
  • Material do quadro: Alumínio 6069 + Compósito de Carbono (Link superior VPP)
  • Curso traseiro: 140 mm
  • Curso máximo permissível de suspensão frontal: 160 mm
  • Peso quadro: aproximadamente 2960 gramas (M, com amortecedor Fox RP23)
  • Tamanhos disponíveis: S, M, L, XL
  • Caixa de direcção: Standard, 1.125 polegadas
  • Diâmetro espigão de selim: 30.9 mm (inserção mínima de espigão de 100 mm)
  • Diâmetro do aperto de espigão de selim: 34.9mm
  • Dimensão do amortecedor: 8.5” x 2.5” (216x 63mm)
  • Tipo de desviador da frente: Abraçadeira 34.9 mm / Top Swing
  • Caixa do eixo pedaleiro: 74 mm / Rosca Inglesa
  • Linha de corrente: 50 mm
  • Tamanho de pneus máximo recomendado: 2.5 polegadas
  • Dropout traseiro: 135 x 10 mm
  • Rota de passagem de cabos: Externo, cabo do desviador de frente por debaixo do tubo superior, cabo do travão de trás e desviador de trás por cima do tubo diagonal.
  • Preço quadro: 1790 euros
  • Importador: Pernalonga


O quadro Blur LT a nú, exibindo as suas curvas características

Componentes da Bicicleta Testada
  • Quadro: Blur LT2 com Fox Float RP23
  • Suspensão: Fox Float RC2
  • Travões: Formula Oro K24
  • Rodas: Mavic Crossmax ST
  • Pneus: Schwalbe Nobby Nic 2.25 UST (Fr.) Continental Mountain King 2.2 UST (Tr.)
  • Pedaleira: Shimano XT M770
  • Desviador da frente: Shimano XTR M970
  • Desviador de trás: Shimano XTR M970
  • Shifters: Shimano XTR M970
  • Cassete: Shimano XT M770 11-34
  • Corrente: Shimano HG93
  • Avanço: Thomson Elite X4
  • Guiador: Easton MonkeyLight XC
  • Caixa de direcção: Chris King NoThreadset
  • Espigão de selim: Thomson Masterpiece
  • Selim: WTB Vigo
  • Punhos: Lizard Skins Lock-On
  • Pedais: Time Atac XS
  • Peso: 12.92 Kg


Montagem muito apelativa e de excelente qualidade com um peso bastante interessante.

Geometria
Para o tamanho L:
  • HTA - Ângulo de direcção: 69º
  • STA - Ângulo de selim: 72.5º
  • TT - Tubo superior: 597 mm
  • ST -Tubo selim: 483 mm
  • HT -Tubo direcção: 120 mm
  • CS - Escora inferior:432 mm
  • SO - Standover: 726 mm
  • BB - Altura da caixa do pedaleiro: 343 mm
  • WB - Distância entre-eixos: 1113 mm
Geometrias de outros tamanhos

E o Carbono?

A Blur LTc é a mais recente variante da família Blur, trocando o quadro de alumínio da Blur LT por um quadro de carbono substancialmente mais leve e, ao contrário do que se possa pensar, também mais rígido. Surpreendentemente e numa afirmação poderosa das propriedades do compósito de carbono, os engenheiros da marca afirmam que a rigidez absoluta do quadro é superior à do seu famoso modelo V10 de Downhill. As geometrias da Blur LT e LTc são idênticas, pelo que a única diferença dinâmica perceptível entre as duas será totalmente fornecida por essa rigidez extra. Embora não tenhamos ainda experimentado nenhuma, todos os relatos existentes apontam para um quadro capaz de lidar com situações extremas sem qualquer indício de torção, que pode ser uma mais valia para utilizadores com pesos elevados que normalmente se queixem de problemas de flexibilidade nos quadros que usam. O obstáculo volta a ser o preço, com um substancial acréscimo de 770 euros ao preço da Blur LT.


Uma alternativa estéticamente agradável, leve e rígida. Mas com um acréscimo de preço substancial.

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