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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

QUENIANOS TAMBÉM PEDALAM

Ciclistas treinam nos Alpes para bater recorde de Armstrong no Alpe d’Huez



Texto de Marcos Adami/Bikemagazine – Fotos de divulgação


Os europeus que abram os olhos. O domínio do Velho Mundo no ciclismo pode estar chegando ao fim. Da cidade de Eldoret, no Quênia, já saíram grandes maratonistas. A São Silvestre, os jogos olímpicos e as maratonas mundo afora que o digam.
Quem tem pernas, pulmões, coração e a garra necessária para correr 42 km em pouco mais de duas horas, certamente, se tiver a oportunidade, vai impressionar nas subidas de montanha de qualquer prova de ciclismo do mundo. Mas, até hoje, nenhum negro do continente africano jamais disputou uma edição sequer da Volta da França.

VIDA DURA
Desde o ano passado, o fotógrafo e cineasta Nicholas Leong, de Singapura, patrocina os ciclistas quenianos Zakayo Nderi, de 26 anos, e Samwel Mwangi, de 24. Para sobreviver, Nderi engraxa sapatos e Mwangi (foto acima) pedala uma bicitáxi.
Quando tinha oito anos, a aldeia de Zakayo, a 50 km de Eldoret, foi invadida e totalmente incendiada. Ele e sua família escaparam por pouco. Andar de bike sempre fez parte da sobrevivência de Zakayo. Na infância, ele superava os 100 km de terreno montanhoso da região e rodava os 50 km até a cidade coletando recicláveis, e retornava no final do dia.
Samnwel Mwangi adquiriu sua primeira bike aos 16 a nos e com ela descobriu a liberdade. Foi pedalando que Mwangi saiu pela primeira vez de Eldoret e passou a pedalar cada vez mais longe, com jornadas de até 250 quilômetros. Não demorou muito para o resistente ciclista começar a fazer fretes para ganhar a vida com a bike.

RECORDE NO ALPE D’HUEZ

Ambos têm o objetivo principal de quebrar o recorde de Lance Armstrong na escalada do Alpe D’Huez, nos Alpes franceses, e provar para o mundo que têm condições de andar no pelotão de elite do ciclismo mundial.
Em 2004, o heptcampeão da Volta da França marcou 39min41s na mesma subida com uma velocidade média de ascensão de 1.740 metros por hora. Esse ano, o espanhol Carlos Sastre, campeão da última edição do Tour, fez o mesmo trajeto em 42min08s.
Com menos de um ano nos treinamentos de ciclismo, Zakayo Nderi conseguiu pedalar morro acima surpreendentes 1.720 metros por hora em uma prova do calendário internacional na Malásia.

COISA DE CINEMA

Mas a vida de ciclista queniano não é fácil. O visto francês foi negado duas vezes e o americano uma vez. Só conseguiram o visto francês após a intermediação de amigos influentes, que se responsabilizaram pela dupla. No dia em que desembarcaram na França, os quenianos subiram a montanha em 46 minutos, sob chuva. Quatro dias depois, alcançaram o topo em 43min35s.
No último dia 14, Zakayo (foto abaixo) bateu seu próprio recorde na subida e alcançou o topo do Alpe D’Huez em 42min10s, apenas dois segundos mais lento que o atual campeão da Volta da França.
O feito da dupla já assombra a mídia especializada européia e ganhou as páginas dos principais jornais de ciclismo.


Os cineastas James Leong e Lynn Lee preparam um documentário sobre a aventura Zakayo e Nderi na tentativa de ingressar no ciclismo e de bater o recorde da subida do Alpe D’Huez. O filme traz cenas do Quênia, Singapura e França e deverá ser lançado em 2009.


Trailer do filme: www.theafricancyclist.com/the_movie.html
Mais informações no site http://www.theafricancyclist.com/

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